11 de dez. de 2011

Perdeu de novo, Mourinho Carli




Real Madrid 1 x 3 Barcelona. Pepe, o tosco zagueiro madrilenho, perdeu quase todas as jogadas na partida de sábado, 10 de dezembro. Perdeu para Xavi, Iniesta e, sobretudo, Messi. A cada encontro com o Barcelona é assim: Pepe perde todas. E José Mourinho, o treinador do Real, fica emburrado, imóvel e incapaz de reorganizar seu time.
Certa vez, escrevi aqui na Circulando que o prefeito Fernando Carli (aquele que foi renovar a carteira de motorista em Ponta Grossa) estava mais para José Mourinho do que Josep Guardiola (o treinador barcelonista). E que, na administração municipal de Guarapuava, havia um Pepe. Assim como um Cristiano Ronaldo, aquele que sempre quer brilhar sozinho. “Uma nova aula de futebol do melhor time de futebol do mundo”, disse o comentarista esportivo Paulo Vinícius Coelho, o PVC, ao final da disputa de sábado.
Infelizmente, Guarapuava está cada vez mais para Real Madrid do que para Barcelona. Ao contrário de Toledo, Cascavel, Maringá, Pato Branco, dentre outras cidades. A situação local é tão triste que até o que parece ser uma excelente ideia acaba se tornando algo duvidoso: quem montou a ciclovia da avenida Manoel Ribas permite que dezenas de automóveis estacionem no espaço destinado aos ciclistas. Não fosse isso suficiente, não raro alguns ônibus da empresa Pérola do Oeste invadem temporariamente a ciclovia, como presenciei na quinta-feira passada (o modo Pérola do Oeste de dirigir, aliás, merece um bom artigo aqui, tamanhas as barbaridades que já vi).
Passo pelo site da Prefeitura, na expectativa de algum lance a la Barcelona, e o que vejo é assistencialismo puro, como coquetéis em vários bairros promovidos pelo Executivo Municipal. Fernando Carli, enfim, insiste em ser um perdedor. José Mourinho, outro derrotado, sempre atribui as pancadas que sofre do Barcelona à falta de sorte. O Real Madrid necessita mais do que sorte. Guarapuava também.

22 de nov. de 2011

Vai uma pimentinha aí, Acig?

Semanas atrás, a Associação Comercial e Industrial de Guarapuava, a Acig, lançou a campanha 'Guarapuava: eu vivo aqui, eu compro aqui'. Logo escrevi que era uma campanha meramente paternalista e que a entidade, na realidade, deveria se preocupar em estimular a formação de um comércio mais capacitado a atender o público e suas expectativas, aí incluindo cumprimento de prazos por parte dos comerciantes, por exemplo. 


Pois não é que nem a Acig acredita na sua própria campanha? Um leitor bastante atento de Circulando enviou e-mail ao blog informando que a revista oficial da Acig é impressa em outra cidade. Em Londrina!


Decididamente, pimenta nos olhos dos outros é refresco. A Acig que o diga. Que explicação razoável a entidade deve ter para lançar uma campanha assim e não realizar a tarefa de casa, preferindo prestigiar (para utilizar um chavão do comércio assistencialista) uma empresa de Londrina?


Dito isso, conto o que segue para reforçar minhas palavras primeiras: no começo de setembro, comprei um móvel em uma respeitável loja do centro da cidade. Na cópia do pedido que recebi, dizia que a peça seria entregue em 30 dias. Deixei um cheque aos cuidados da gerência, no valor exato da compra. Um mês depois, nada da entrega. Nada de satisfação alguma sobre as razões do atraso. Quase dois meses depois, depois de alguma insistência em obter algum retorno confiável, a loja informou que somente uma parte do móvel (composto de madeira e vidro) havia sido entregue pelo fabricante. E que não havia previsão para a chegada do restante.


Mas, ainda que estivesse com atraso no prazo prometido (e sem perspectiva confiável de resolver o caso), eis que tiro um extrato da minha conta bancária e descubro que, claro, a loja havia descontado o cheque no prazo inicial - ainda que, reitero, nada de entregar o móvel. Ligo lá e solicito a devolução do dinheiro. A atendente diz que a gerente vai retornar minha ligação. Obviamente, a gerente não o faz. Horas depois, já na sede da empresa, a mesma gerente informa que (quanta coincidência) a parte complementar do móvel havia acabado de chegar.


Três dias depois (ou seja, um mês após a previsão inicial e 20 dias após haver recebido pagamento), a entrega finalmente se dá. Ou melhor, quase se deu: na hora da entrega, verifica-se que a loja havia encomendado a peça com as medidas erradas. Só então depois desta nova trapalhada é que a loja resolveu devolver a quantia paga. Por estes dias, a mesma gerência andou informando que o móvel com as dimensões corretas deve chegar em breve. São Tomé já está na soleira da porta esperando.


E esta é apenas uma das mancadas sobre as quais a Acig deveria se debruçar, pois são recorrentes em boa parte do comércio local. Mas, antes disso, a entidade deve trocar seu telhado de vidro, caso ainda queira depositar algum crédito na sua própria campanha. 

2 de nov. de 2011

Na Câmara de Guarapuava, só o circo


O cenário é bastante claro e o restante, conversa fiada: a sessão desta segunda-feira, 31, da Câmara de Vereadores acabou se tornando um fiasco para o Parlamento local, com vereadores respeitáveis lavando as mãos, vereadores sob suspeita absolutamente calados (a expressão de Sadi Federle dizia tudo) e vereadores amorfos sendo... amorfos. Não fosse isso o suficiente, um não soube nem debater com a plateia (Gilson Amaral), outro conseguiu ser vaiado ao extremo (Elcio Melhem) e terceiro (integrante do rol de investigados, João Napoleão) presidindo a sessão – fato que talvez tenha sido o acontecimento mais escandaloso da tarde, muito mais do que o inexplicável chilique que o próprio Napoleão teve para com a colega Eva.
Foram 60 minutos vergonhosos. Melhem comparou Admir Strechar (o vereador detido) a Jesus Cristo. Não bastasse ter encarnado o papel de Pôncio Pilatos, ainda aconselhou Napoleão a abrir as portas do Legislativo para o público que estava lá fora – fazendo preencher o auditório para bem além da sua capacidade, o que contraria qualquer regra de segurança (aliás, onde estava o comando da PM naquele momento, que permitiu isso?). A PM, ao final, teve a patética atitude de postar uma linha de policiais para isolar os vereadores do restante da população, quando a dispersão já havia ocorrido. Vai entender: concordância para com um auditório lotado e firmeza na hora de proteger os parlamentares (como se alguém fosse tentar algo...).
Sobre a Roma Antiga, há quem diga que um dos Césares dava pão e circo à população. Na Câmara de Guarapuava, boa parte dos vereadores só oferta o circo.  

25 de out. de 2011

Carli, o prefeito Bozó


Mauro Claudio Temoschko, claro, pode dizer publicamente o que bem entender. Mas, volta e meia, abre a boca e dá uma bola fora. Raramente, ocorre o contrário. E não é que, nos últimos dias, Temoschko acertou uma? O sujeito disse à Rede Sul de Notícias (RSN) que o prefeito de Ponta Grossa, Fernando Carli, andou pelas cercanias da Rodoviária de Guarapuava e algumas pessoas foram cumprimentá-lo e tirar fotos. 'Parecia um ator da Globo', comparou o secretário de Indústria e Comércio (ainda que pouco se saiba sobre o seu desempenho à frente da pasta).
Bingo: Carli parece mesmo um ator da Globo, só que o Bozó, aquele personagem do Chico Anysio que se fazia passar por alguém importante da TV. Ultimamente, eu vinha acreditando que, ao deixar o cargo, Carli iria fincar palanque lá no cavalo-hipopótamo da avenida Manoel Ribas. Errei: Carli quer mesmo é ser o Bozó, se depender das palavras de Temoschko.
Guarapuava está ficando para trás por não ter um prefeito. Ou, em outras palavras, por ter um prefeito Bozó. Quem passa pelo site do Município pode perceber que a notícia mais importante ali nos últimos dias é a participação do sujeito na inauguração de uma pista de bolão. Enquanto Pato Branco reforça seu polo tecnológico e Maringá faz uma revolução urbana impressionante, Carli vai para o bolão. Enquanto Sulina investe em turismo de águas termais, Guarapuava não tem um folhetinho sobre as atrações da cidade. Enquanto Irati aplica em cultura, Guarapuava não tem nem uma secretaria na área.
Obviamente, uma parcela significativa da população local tem sua cota de responsabilidade, por ter apoiado e ainda acreditar em um político assim tão desqualificado e que debocha rotineiramente da parcela que nele não votou no pleito mais recente. Nestas horas, relembro as palavras de um grupo liderado por Michel Foucault, sobre o valor do trabalho, qualificado por ele e seus parceiros como sendo 'aquilo que é suscetível de introduzir uma diferença significativa no campo do Saber, ao preço de um certo esforço para o autor e para o leitor, e com a eventual recompensa de um certo prazer, isto é, de um acesso a uma outra figura da verdade'.
Em Guarapuava, o valor do trabalho não é medido pela concepção de Foucault, mas de Bozó Carli. 

18 de out. de 2011

Passo firme

Blog Circulando ultrapassou a marca dos 11 mil acessos ontem...

Me caiu os butiás do bolso V: tem é que tirar proveito do Governo

Segunda-feira, 17 de outubro de 2011, 21h, em um badalado ponto gastronômico do centro da cidade, um empresário local do ramo imobiliário dá dicas a um cliente em potencial: o terreno lá custa tanto, a casa nova aqui terá tantos metros e assim por diante. Levemente interessado, o cliente em potencial (sujeito aparentemente da classe média alta) ouve de seu interlocutor: se você mascarar um pouco sua declaração de Imposto de Renda, poderá entrar nesta linha de financiamentos de moradias populares do Governo Federal. Tem é que tirar proveito do Governo.
Em outras palavras, enquanto a Acig faz a campanha adocicada 'eu vivo aqui, eu compro aqui', há empresário que pensa que bão memo é tirar proveito do Governo.

5 de out. de 2011

As câmeras continuam lá

Enquanto algumas praças da cidade vão sendo tomadas por certas figuras consumidoras de certos tipos de produtos ilegais, o local mais vigiado de Guarapuava continua sendo o cavalo da Manoel Ribas.

30 de set. de 2011

Me caiu os butiás do bolso IV: Guarapuava fica de fora

Um leitor atento e fiel de Circulando cantou a pedra: Guarapuava não sediará nenhuma das conferências regionais sobre Trabalho e Emprego Decente, que acontecem agora em outubro - em Cascavel, Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa. Estes encontros publicos são preparatórios à etapa estadual e à etapa nacional (2012, em Brasília). 

Se quiser participar, Guarapuava terá de ir a reboque de Ponta Grossa, onde ocorrerá a regional Centro-Sul. Os deputados estaduais e demais lideranças do município, como diz o jargão, comeram bola. Feio. Claro que muitos vão dizer que pode se tratar de uma visão bairrista esta de querer alocar em Guarapuava um dos encontros mas, para uma cidade que passa pelo melhor momento econômico de sua vida (na interpretação do prefeito de Ponta Grossa, Fernando Carli), ir a reboque não é nada bom. 

O fato é que, descontando os delírios do prefeito de Ponta Grossa (e de seus asseclas), a economia local merece atenção: poucas horas atrás, vi uma excelente apresentação de uma administradora que mora em Guarapuava informando que a cidade tem 115 empresas atuando no setor da madeira e que, enquanto o mundo se volta cada vez com mais força para o MDF, a cadeia produtiva local é especializada em compensados. Ou seja, o cenário para os próximos anos, neste segmento, parece não ser nada, nada, nada bom para o empresariado local.

Não bastasse isso, a Secretaria de Turismo de Guarapuava (a inoperante Secretaria de Turismo, aliás) anunciou solenemente esta semana que não consegue administrar o Parque do Jordão, um lugar em franca degradação. Tal qual o Leão da Montanha (lembram deste desenho animado?), o titular da pasta saiu candidamente pela direita: neste caso, a saída está em Brasília, onde o sujeito quer ir arrumar dinheiro. Fácil assim.

Enfim, enquanto certas cidades e lideranças assumem com coragem e excelência seus papéis, anoitece em certas regiões...



22 de set. de 2011

Me caiu os butiás do bolso III: a Câmara de Guarapuava

Sim, ainda não postei o texto sobre Fernando Mourinho Carli nem as fotos dos cavalos mundo afora mas, claro, não esqueci disso. Por ora, me caiu os butiás do bolso de novo, com a escandalosa foto que o Diário de Guarapuava publicou esta semana sobre os carros que estacionam por sobre a calçada na Câmara de Vereadores da cidade, bem em frente à porta principal do Legislativo. A imagem é excelente do ponto de vista jornalístico. Já sob a ótica do exemplo de coletividade que deveria partir da Câmara...

11 de set. de 2011

Me caiu os butiás do bolso II

Me caiu os butiás do bolso II: alguém me contou, dias atrás, que o prefeito de Ponta Grossa, Fernando Carli, disse à uma rádio de Guarapuava que viu nos olhos de alguns empresários franceses a certeza de que eles (que representam um grupo industrial de lá) irão instalar uma fábrica na cidade. Eis o Carli way of business: iridologia.

Circulando, 9 mil acessos

Domingo, 11 de setembro de 2011, 17h48: 9.007 acessos no Circulando Guarapuava em seis meses.

Me caiu os butiás do bolso I

Me caiu os butiás do bolso: a Acig lança uma campanha para valorizar o comércio da cidade, com o discurso de que quem mora em Guarapuava deve comprar aqui, valorizar o comércio daqui, etc etc etc. Mas nenhuma palavrinha sobre necessidade de melhoria na qualidade dos serviços e do atendimento ao cliente? Defendo o comércio local sempre que é possível mas, em certos (e não são poucos) estabelecimentos o cliente sai com a impressão de que foi pedir um favor - e não um negócio. Só paternalismo não dá, Acig.

E culpado ainda é o trânsito

No mesmo cruzamento em que, semanas atrás, um sujeito dirigindo um carro adesivado de uma imobiliária da cidade (cuja letra inicial é J) cortou minha frente, um motorista fez o mesmo neste domingo (11), pouco depois do almoço, quase atropelando um motoqueiro. O tal motorista (a bordo de um iX 30 placa final 8375) ainda teve a cara de pau de xingar o motoqueiro.
Bom, não dá para esperar um comportamento melhor mesmo de boa parte da cidade em que o prefeito é campeão de multas de trânsito...

21 de ago. de 2011

So sobraram os enunciados

Meu teclado esta desconfigurado. Logo, sem acentuacao. Ainda assim, vale a pena recordar uma declaracao interessante de Jose Bonacci, pre-candidato a presidente da Argetina: questionado recentemente o que manteria/recuperaria do governo atual (de Cristina Kirchner) caso fosse eleito presidente, respondeu 'Sólo puedo rescatar los enunciados. Son muy bonitos'. Eh incrivel como isso pode vir a ser dito, com propriedade, pelo sucessor de Fernando Carli.

7 de ago. de 2011

Os idiotas perderam a modéstia

Delirante tal qual aqueles sujeitos que tomam uns goles além da conta, o prefeito de Ponta Grossa, Fernando Carli, andou dizendo na Expoguá 2011 que Guarapuava vive um momento econômico importante. Vejamos:

* A cidade está esburacada

* Não há surto de industrialização

* Inexiste uma política cultural

* O prefeito fez campanha para Osmar Dias e agora anda atrás do atual governador

* Um dos principais apoiadores de Carli é seu filho, um arremedo de deputado estadual 

* Manifestantes fecham temporariamente a BR 277 e a Guaratran manda dois guardas lá para que fiquem de braços cruzados, sem nem coordenar o trânsito nas marginais

* Inexiste uma política municipal de valorização do comércio local

* A Cargill não escolheu Guarapuava

* Inexiste uma política de industrialização da cidade. Aliás, sabe-se lá para que a Prefeitura mantém uma Secretaria de Indústria e Comércio

* A auto-estima dos moradores é baixa ao extremo

* Entre-Rios inexiste nos planos da Prefeitura

* A Expoguá 2011 tem apoio maciço do Governo do Estado, não do Município

* O concurso público da Prefeitura mais recente foi um fiasco só

* De novo, há gente da (ou mandada pela) Prefeitura cuidando dos jardins da avenida Manoel Ribas. Espalhar flores por alguns canteiros será mesmo o grande legado do prefeito de Ponta Grossa. Vide http://www.guarapuava.pr.gov.br/noticia.php?idNoticia=8141

* Enquanto motoqueiros fazem, aos finais de semana, manobras arriscadas na quadra de esportes da Praça das Crianças, o prefeito manda instalar quatro câmeras vigiar um asqueroso monumento ali perto, aquele do cavalo histriônico

* Inexiste uma política de desenvolvimento do esporte

* Até onde se sabe, o vice-prefeito ganha muito sem trabalhar na mesma medida. Nem curriculum no site da Prefeitura ele tem. E não reclama de nada disso

* No link do Portal da Transparência da Prefeitura, aparece mensagem de que o site está fora do ar. Vide http://transparencia.guarapuava.pr.gov.br/

* O prefeito perde a carteira de motorista e vai fazer curso de reciclagem em Ponta Grossa

* A Rodoviária local está com diversos espaços abandonados

* O Parque do Jordão está largado pelo Município

* A Secretaria Municipal de Turismo é inoperante. No link da pasta - http://www.guarapuava.pr.gov.br/secretarias/turismo.php -, não há qualquer material promocional da cidade. Nem um sequer

E Carli (um representante dileto de uma geração de gente local preocupada apenas consigo) ainda tem o devaneio de dizer que a cidade vive um momento econômico importante. Como bem preconizou dias atrás Nelson Jobim, o que se percebe é que os idiotas perderam a modéstia.

6 de ago. de 2011

E mais este:

http://blogdofernandoalves.blogspot.com/. Este blog do Fernando é de uma linhagem superior. Dá gosto de ler linha por linha.

Eis um blog que vale a pena também...

http://chegadecaranguejar.blogspot.com/

E o trânsito, ó...

Aconteceu comigo esta semana, em uma manhã qualquer: um sujeito, a bordo de um Corsa Classic prata adesivado com a logo de uma conhecida imobiliária de Guarapuava, cortou minha frente em um cruzamento no bairro Trianon, ainda que o tal sujeito não estivesse na preferencial. Não satisfeito com a barbaridade, em vez de pedir desculpas ou refletir sobre sua imprudência, virou rapidamente o rosto para o outro lado, como quem diz 'problema seu se cortei a sua preferencial'. Um exemplo clássico, enfim, de como muitos motoristas encaram o trânsito na cidade. A imobiliária em questão tem dois nomes, um dos quais (o primeiro) abreviado.

Que saudade daqueles piratas de outrora...

Quando eu era criança, o pirata era só um sujeito atrevido que a gente sabia que, no final da história, seria sempre o perdedor. E o papagaio dele era um bichinho engraçadinho que nos fazia rir naquelas deliciosas Sessões da Tarde. Muitos anos depois, o pirata parece atender pelo nome de Fernando Carli e, carrancudo, parece querer levar vantagem em tudo, à custa do trabalho alheio.
Na abertura da Expoguá 2011, poucas horas antes da escrita destas linhas, o pirata de Guarapuava deu as caras de novo. Levou consigo seu papagaio favorito, o dublê de deputado estadual Bernardo Carli. Mas engraçado mesmo foi ver Fernando (também prefeito de Ponta Grossa) passando rapidinho pelo stand da Seab, secundado por outro papagaio, que ocupa um cargo municipal cuja função primordial seria zelar pela pavimentação das vias urbanas. Carli apressou o passo para não cruzar com o secretário de Estado César Silvestri, que chegou ao local logo a seguir, atraindo a atenção de muita gente.
Neste sábado, enquanto empresários locais estiverem unidos em uma manifestação por mais segurança na BR 277 – e os produtores rurais continuarem a demonstrar esforço coletivo em favor da Expoguá -, o prefeito Fernando Carli deverá estar nos Campos Gerais, onde costuma desfrutar dos finais de semana, conforme informação oficial ministrada semanas atrás, quando mandou divulgar a ridícula versão de que fora fazer o curso de reciclagem de motoristas (por estar com a CNH suspensa) em PG pelo fato de possuir uma propriedade nas cercanias, para seu descanso de sábados e domingos – como se, aliás, trabalhasse em favor de Guarapuava entre segundas e sextas.
Ah, que saudade de ver A Ilha do Tesouro na Sessão da Tarde – e acreditar ingenuamente que aqueles sim eram piratas.

18 de jul. de 2011

Carli pulou conteúdos na escola

O cavalo desproporcional que o prefeito de Ponta Grossa, Fernando Ribas Carli, mandou instalar em Guarapuava pode ser consequência de algum conteúdo matemático que ele tenha pulado quando estudante. Nos próximos dias, vou colocar na Web uma série de fotos de vários cavalos (e cavaleiros) de diversas localidades, para dar uma ajudinha caso ele queira trocar aquele monumento tétrico. E imagens de asfalto em excelente qualidade também...

2 de jul. de 2011

Onde está Wally?

Fernando Ribas Carli não participou da audiência publica em Guarapuava dois dias atrás que discutiu, em âmbito regional, o novo Plano Nacional de Educação. Agora, chega a notícia que o sujeito também não esteve no debate sobre a Cargill no Sindicato Rural de Guarapuava, nesta sexta. Disseram-me que, em seu lugar, mandou um papagaio de pirata que lhe é familiar. Fernando Ribas Carli é ou não é o prefeito de Ponta Grossa?

29 de jun. de 2011

Estes, sim, são líderes

Para os que acham que Fernando Ribas Carli ainda tem algo que preste a dizer e que, portanto, o consideram um líder em Guarapuava, deixo a sugestão para que, quando possível, ouçam as falas do tenente-coronel William Rueda (26. GAC) e do padre Ari Marcos Bona (Paróquia Santana). Estes, sim, são da espécie de líderes que Guarapuava precisa, sem que precisem apelar para cores partidárias para fazer o bem comum. O recente discurso de Rueda sobre um tradição militar de brindar com água pura foi de uma singeleza impressionante e de uma dimensão histórica de altíssimo nível. E os comentários semanais de Ari Marcos são increvelmente antenados com a realidade local. E isso sem contar os projetos comunitários que ambos lideram ou co-participam com destaque.

Pede, Carli, pede mesmo para sair

Quando você imagina que o prefeito de Ponta Grossa, Fernando Ribas Carli, já deu todas as demonstrações possíveis e públicas de incompetência, eis que o sujeito consegue protagonizar mais um episódio lamentável: possivelmente enjoado de ficar ouvindo as músicas do cantor Amado Batista, o prefeito parece estar trocando as horas em frente à lareira à noite pela contemplação das imagens que as quatro câmeras instaladas recentemente junto ao cavalo dos 200 anos devem lhe proporcionar.
Sim, leitor, quatro câmeras para monitorar o cavalo e seu cavaleiro anão. Enquanto isso, na Lagoa das Lágrimas e em outros pontos da cidade, nada da Prefeitura contribuir para a tranquilidade dos locais, especialmente nos finais de semana. Quem passa pela avenida onde está instalado o histriônico monumento, acaba por se deparar com um espaço bem iluminado e com as tais quatro câmeras. Claro que não vai demorar muito e irá aparecer um assecla do prefeito Carli para dizer que os equipamentos foram instalados para contribuir na segurança do trânsito local, por exemplo – esquecendo-se que, na época em que o bicho estava sendo erguido, tapumes colocados pelo Município faziam exatamente o contrário.
Mas há quem diga que, na real, Carli mandou disponibilizar as quatro câmeras para que ele consiga ficar sempre de olho de maneira a evitar que alguém queira tomar seu lugar como cavaleiro, já que se imagina que o sonho dileto do prefeito de Ponta Grossa seja, quando encerrar seu melancólico mandato (em dezembro de 2012), tirar Diogo de Azevedo Portugal de lá e ali fazer montaria. Ao que tudo indica, não satisfeito mais em ser o papagaio de pirata em muitas situações, Carli quer agora ser o próprio pirata, deixando o papel de louro para um integrante de sua família que tem feito as vezes de dublê de deputado estadual.
Obviamente, posso estar errado mas instalar tais câmeras é zombar dos eleitores de Carli que, anos atrás, votaram no sujeito na expectativa de que fizesse ao menos uma gestão decente. E ainda há quem diga que Carli é um homem de visão, como descrito no site da Prefeitura, por ter supostamente liderado a suposta comemoração dos supostos 200 anos de Guarapuava, em uma sequência de eventos que parecia haver sido encerrada no dia 20 passado mas que as câmeras insistem em nos dizer o contrário.
O prefeito de Ponta Grossa, Fernando Ribas Carli, bem que poderia ao menos agora, quando está marchando rapidamente para seu ocaso político, limpar sua escrivaninha na Prefeitura e admitir que é um fracasso como chefe do Executivo. Apegado ao cargo que é, possivelmente não o fará. Ao menos, deveria por uma noite desligar as câmeras, pegar seu carro com ar condicionado e passar para conversar um pouco com as famílias que estão instaladas precariamente no Alto da XV. Tal qual já escrevi outras vezes, gestos assim não fariam de Carli um político melhor mas, quem sabe, fizessem bem a ele em nível pessoal.
Com atos assim, quem sabe até Carli volte a ser o prefeito de Guarapuava – e não de Ponta Grossa, como grotescamente parece ser depois que mandou dar aquela explicação fajuta semanas atrás de que foi renovar sua carteira de motorista (suspensa pelo excesso de multas de trânsito) em Ponta Grossa por ter o hábito de passar os finais de semana em uma propriedade que tem lá por perto.
Em vez de tentar tapar o Sol com a peneira (e admitir que teve vergonha de frequentar um curso de reciclagem de trânsito em Guarapuava), Carli deveria era ter evitado também a explicação farsesca de que os pontos em sua CNH derivavam de pessoas que costumavam dirigir seu veículo, cometendo infrações a rodo pois, conforme noticiado pela Mídia, o prefeito tinha algo como 130 pontos na carteira. Se eventualmente isso ocorreu reiteradamente, Carli deveria ser o primeiro a repreender tais pessoas e não permitir reincidência. Mas não – preferiu se portar como um sujeito altivo que tenta, em vão, se equilibrar na corda bamba.
Certa vez, escrevi que Fernando Ribas Carli poderia ser da equipe do circo de Buffalo Bill, um artista americano do século 19 que percorria seu país com seu elenco de bizarrices. Pensando bem, acho que fui desrespeitoso com Buffalo Bill – seu circo tinha artistas de talento. Para Carli, cada vez mais resta apenas olhar para as câmeras e torcer pela queda de Diogo Portugal, para tomar-lhe o lugar junto ao cavalo. Para atingir seu intento (e desmascarar aqueles que o consideram um ignorante), Carli desfia até Shakespeare: um cavalo, um cavalo, meu reino por um cavalo.

15 de jun. de 2011

Ser papagaio só não basta mais

Não contente em ser mais apenas papagaio de pirata em muitos assuntos que dizem respeito ao futuro de Guarapuava, o prefeito Fernando Ribas Carli agora parece querer ser o próprio pirata. Papagaio substituto, ao menos, ele já arranjou. Entre hoje e amanhã, escreverei um novo texto sobre isso.

13 de jun. de 2011

O Vettel de Guarapuava

Manhã de segunda, 13.06, centro de Guarapuava: se dependesse do motorista do ônibus urbano placa ANF 7902 (da Pérola do Oeste, creio), os pedestres da rua XV e cercanias estariam até agora, 23h10 do mesmo dia, esperando para cruzar nas faixas de segurança. Ou estariam atropelados. Em menos de 5 minutos, foi impressionante a habilidade do sujeito em parar justamente em cima das faixas de segurança, em sequência.

Circulando 5.0

A Circulando já ultrapassou a marca de 5 mil acessos. Até o instante em que escrevo estas linhas, 5.126 acessos.

9 de jun. de 2011

Carli, cidadão de Boa Vista

Boa Vista, capital de Roraima, tem mais buracos do que Guarapuava, maiores inclusive. Deve ter sido de lá que o prefeito Carli tirou inspiração para sua política de asfaltamento e recapeamento da cidade. Até findar seu mandato, Carli sonha em ser condecorado com o título de Cidadão Honorário de Boa Vista.

8 de jun. de 2011

Carli no programa Acredite se Quiser

Responde rápido, leitor: o que é mais ridículo, o prefeito Fernando Carli frequentar curso de reciclagem de motorista em Ponta Grossa ou a explicação fajuta de que o fez lá por ter uma casa de campo que fica mais próxima daquela cidade do que de Guarapuava? Ou a justificativa ainda mais surreal de que sua habilitação estava suspensa pela razão de que seu carro, toda vez que multado, era dirigido por outras pessoas?
Quando você imagina que ele já protagonizou todos os fatos ridículos possíveis, o sujeito consegue se sobressair. É pena que a série televisiva Ripley's Believe It or Not já tenha acabado: Carli seria um personagem sensacional para um punhado de episódios. O Ripley's..., para quem não lembra, era uma série americana que apresentava fatos inusitados mundo afora. No Brasil, chamava-se Acredite se Quiser. Pena que tenha acabado...
Sinceramente, que papelão do prefeito, o mesmo que, dias atrás, assumiu publicamente a inoperância de sua política industrial para Guarapuava. Ou melhor, a ausência de uma estratégia, como recentemente fez em relação à Cultura e ao Turismo. A cada aparição, a cada fala, a cada fato histriônico (como esta da carteira de motorista), Carli indica claramente o quão patético é seu final de carreira.
Mas a questão maior não é esta: cada dia de Carli na Prefeitura é um dia perdido para as chances de desenvolvimento integrado de Guarapuava. Fernando Carli é um político menor e que, após deixar o cargo, deverá ser lembrado pelas trapalhadas ou, no máximo, toda vez que alguém passar pelo monumento do cavalo e notar que, no lugar do militar que ali está, há uma estátua do próprio Carli montando o animal grotescamente vitaminado – não duvide, leitor, que esta troca possa acontecer antes de dezembro de 2012.
Enquanto Maringá, Londrina, Toledo, Cascavel, Pato Branco e Foz do Iguaçu se estruturam cada vez mais e melhor em diversos segmentos, Guarapuava ficará mais alguns meses sob a batuta torta de um político adepto do muxoxo. Se a região inteira se une em favor da causa de uma fábrica de cerveja (Schincariol?) para o Centro do Paraná, Carli acredita que pode conseguir isso sozinho. O mesmo vale para a nova unidade da Cargill.
É, acredite se quiser. Carli, o soberbo, parece ser fã de Raul Seixas: como não tem colírio, só lhe resta os óculos escuros.

2 de jun. de 2011

Três meses no ar

Vale registrar: em três meses no ar neste blog, a Circulando já atingiu 4,2 mil acessos.

Sobre o deizão da cachaça

Sobre o texto 'O deizão da cachaça', publicado aqui em 11/04/11, leitor(a) de Circulando mandou mensagem dizendo que muitas atendentes de lotéricas de Guarapuava insistem tanto na venda do tal bolão para os clientes devido ao fato de terem uma cota de comercialização. Se não atingem, sobre para elas arcar com a diferença, garante. Diz ele(a): 'pesquisem e verão'.

De Roraima para Guarapuava, dois exemplos

Roraima me chamou atenção por duas razões esta semana: em Boa Vista, a capital, o respeito dos motoristas para com o pedestre é muito grande, nas faixas de segurança. Já em Paracaima, município 200 a km de Boa Vista, moradores se uniram e colocaram pés de banana nos buracos das ruas, em protesto pelo descaso do prefeito local, que promete, promete, promete e diz que a culpa é sempre da chuva. Na região de Paracaima, banana há de sobra. Se fosse em Guarapuava, faltaria o produto para tanto buraco. Exceto na rua que passa em frente à casa do prefeito, lisinha, lisinha...

24 de mai. de 2011

E este futuro que não chega


Meses atrás, o Mintendi resolveu me dar um conselho: eu devia me recolher à minha insignificância, parando de escrever a Circulando. No final de abril deste ano, optei por fazer o que o Mintendi sugerira: suspendi temporariamente a Circulando, na esperança de que, finalmente, a gestão de Fernando Carli à frente do Município deslancharia, já que o Mintendi insinuara que, mesmo minimamente, a Circulando estava atrapalhando a administração da cidade.
Vejamos parte do saldo deste um mês de auto-recolhimento:

    • O procurador jurídico municipal, Luciano Batista, desembarcou do trem carlista. Mandou dizer que ficaria até 30 de abril mas se arrastou no cargo por mais duas semanas;
    • Nestas duas semanas, Batista deu uma declaração pública de que, até o meio-dia da véspera do concurso municipal, teria uma resposta para dar à sociedade se as provas aconteceriam ou não no dia seguinte. Este meio-dia até hoje não chegou;
    • Sobre o concurso, aliás, o fiasco foi geral. Mergulhado em sua soberba, até hoje o prefeito de Guarapuava não esteve na mídia ao menos pedir desculpas aos inscritos pela segunda tentativa frustrada de realizar o processo. Carli devia sair da toca e ir a público assumir que liderou mais um vexame em nível nacional;
    • Os buracos nas vias da cidade só aumentaram, exceto na rua que cruza em frente à casa de Fernando Carli;
    • O vice-prefeito, Jorge Massaro, até apareceu ao lado de Carli em uma cerimônia pública. Até onde se sabe, não abriu a boca. E seu link na página da Prefeitura continua zerado. Zerado. Basta conferir o http://www.guarapuava.pr.gov.br/prefeitura/. Dizem que Massaro é um sujeito correto mas chega dar dó o papel a que tem se prestado;
    • Por vários dias, os Carli fizeram do site da Prefeitura uma plataforma para auto-promoção. Bernardo Carli apareceu na homepage até em foto de pescaria. Vide http://www.guarapuava.pr.gov.br/noticia.php?idNoticia=7833;
    • A Prefeitura apresentou um projeto de teatro municipal, nitidamente feito às pressas. Se não foi correndo, pior ainda, pois Carli disse querer erguer o teatro em uma área que está em disputa judicial, conforme admitido pela própria Prefeitura em http://www.guarapuava.pr.gov.br/noticia.php?idNoticia=7822;
    • Em 7 de maio, o secretário de Cultura do PR esteve na cidade. O prefeito não foi, e, segundo noticiado na Imprensa local, as representantes do município só deram o ar da graça no debate por alguns minutos, em uma excelente indicação de como estão as questões culturais na cidade.

Tem mais, claro, mas os exemplos acima podem ser excelentes indicadores de para onde e com quem a cidade está indo. O pior é que, não sendo suficiente a figura nefasta de Fernando Carli, Guarapuava ainda tem de aguentar (felizmente por pouco tempo) Bernardo Carli na Assembleia. Em seu primeiro discurso lá, ainda em abril, o sujeito se disse ser alguém bastante empenhado na sustentabilidade da economia e, pasmem, do planeta. Logo ele que, dia desses, estava soltando rojões em uma festa de Ano Novo no lago local, conforme amplamente noticiado na Mídia.
Enquanto cidades como Toledo (PR), Maringá (PR), Uruguaiana (RS), São Bento do Sul (SC), Nova Petrópolis (RS) e Chapecó (SC) se reinventam cotidianamente, por força da mobilização constante da sociedade civil e pela presença de lideranças políticas competentes, Guarapuava continua pronta para o futuro só no papel e no slogan fantasioso da atual administração municipal.
Mintendi? Ou quer que eu desenhe?

21 de mai. de 2011

Aviso da Circulando

A Circulando está provisoriamente recolhida à sua insignificância, embora bastante atenta aos acontecimentos da cidade. Sobre eles (ou a ausência deles), aliás, a Circulando volta a tratar na próxima terça, 24.

26 de abr. de 2011

Em Guarapuava, cultura, buracos e garis

Em uma cidade do porte de Guarapuava, duas figuras são centrais para os destinos do lugar: o juiz e o prefeito. O juiz está fazendo seu papel. Já o prefeito... Talvez por isso – por se tratar de um personagem central -, o papel do prefeito seja tão debatido por este coluna e seus leitores.
Vejamos: o Diário de Guarapuava do final de semana passado publicou matéria sobre a situação da estrada de acesso a Salto São Francisco. No texto, o jornal transcreve o que seria parte de um documento produzido pela Secretaria de Turismo municipal, admitindo que a estrada é ruim, a sinalização precária e, não fosse isso o suficiente, as informações turístico-indicativas no Salto praticamente ausentes. Em outras palavras, a Prefeitura não consegue (por incompetência, possivelmente) ou não quer (por considerar isso supérfluo) nem ao menos manter a sinalização em condições adequadas. O Diário diz ainda que 5 mil pessoas passam pelo local a cada ano, o que não é pouco.
Visto deste modo, além de atestar publicamente sua incompetência ou desleixo para com o assunto, o prefeito de Guarapuava passa a mensagem de que a Secretaria de Turismo nem precisaria existir (já que não cuida de um atrativo importante da região), em uma atitude similar à da Surg (que não pavimenta áreas de grande fluxo na cidade). Há mais: a estrada de acesso ao Salto é só um dos casos. Vale não esquecer da Saldanha Marinho, de boa parte da rua XV (que serve de via de entrada secundária a Guarapuava) e a avenida Serafim Ribas (em direção à PR 170), só para citar três. Para o prefeito da cidade, todos os usuários destas vias são pessoas que devem ser relegadas a segundo plano.
Há quem defenda, claro, que a estratégia municipal de esburacar a cidade está correta. Por estes dias, ganha força em Guarapuava um movimento para construir um grande centro cultural, que abrigaria um teatro capaz de acomodar cerca de 1 mil pessoas com tranquilidade. Já há quem aposte que o prefeito pode até aderir ao projeto, autorizando um terreno para o empreendimento, desde que em uma rua esburacada. A Prefeitura Municipal de Guarapuava, cabe recordar, não possui uma Secretaria de Cultura, o que também da uma dimensão de como a área é tratada pelo alcaide municipal.
Bom, uma política cultural pode até ser algo de dimensão menor, o que justificaria (para uns poucos asseclas) doar um terreno em uma via esburacada. Mas, temos de refletir (e, quem sabe, concordar), que os garis que todas os dias cruzam as ruas da cidade merecem um tratamento mais digno do senhor prefeito, aquele sujeito que, noite após noite, fica em sua casa situada em uma viela bem pavimentada do centro, enquanto os mesmos garis se arriscam pelas ruas, sob o frio, a chuva e as panelas do asfalto.
É, há quem aposte também que, no frio, com chuva e tendo de desviar dos buracos, o prefeito não aguentaria nem um par de horas auxiliando diretamente os garis, em vez de esnobá-los, com sua estratégia de consolidar uma Guarapuava lotada de buracos. Para os asseclas que não acreditam que está em curso a política do 'quanto mais buracos, melhor', recomendo ver o genial link http://maps.google.com.br/maps/ms?ie=UTF8&t=h&oe=UTF8&msa=0&msid=208673235890319341963.00049d115654617157140. Difícil será encontrar argumentos para desmentir o que o link atesta, exceto para os poucos asseclas, sempre eles.

20 de abr. de 2011

Circulando ultrapassa marca de 2,5 mil acessos

Em pouco mais de um mês no ar, o blog Circulando Guarapuava atingiu 2,6 mil visualizações. E os comentários (via postagens ou e-mails não param de chegar, alguns dos quais com boas sugestões de temas para abordar aqui). Nos próximos dias, novidades, inclusive sobre tópicos tão caros a muitos, já que partidárias que são do 'deixa-assim-como-está-para-ver-como-é-que-fica'. É interessante notar (e falar) de assuntos sobre os quais muitos moradores da cidade veem os equívocos que estão à vista geral, mas preferindo silenciar sobre eles.

14 de abr. de 2011

O deizão da cachaça

Manhã de quinta-feira, 14 de abril de 2011, em uma conhecida lotérica do centro de Guarapuava, perto da rua XV: um senhor aparentando 60 anos se aproxima da moça que cuida de um dos caixas do estabelecimento e, cartão bancário em punho, pede à ela que lhe informe o saldo de sua conta. Em um tom de voz alto o suficiente para que todos da fila ouvissem, ela diz: 'o senhor tem R$ 1.097,00 na conta'. Um pouco espantado com a informação tornada pública (já que todos passaram a lhe olhar), o senhor pede que ela retire R$ 50 da conta. 'Que tal o senhor pegar R$ 60 e jogar deizão no bolão?', propõe a atendente.
Educado, o interlocutor agradece mas com uma negativa. 'Mas por qual razão não?', insiste a moça. 'E que tal cincão?', completa, para, em seguida, receber outra negativa. 'Mas só cincão, vá lá', insiste. Ainda que sorridente, ele nega outra vez a disposição em jogar. 'Pra jogar não tem, mas deizão para a cachaça o senhor sempre tem, né!', afirma a atendente, com a maior naturalidade possível, com a autoridade, liberdade e poder de juízo sabe-se lá de onde para taxar aquele senhor de bêbado.
A cena, obviamente lamentável, é bastante simbólica quanto a indicar o modo de tratar clientes por parte de alguns segmentos do comércio de Guarapuava, sobretudo naqueles em que a concorrência inexiste ou é minguada. Vai um bolão aí de cincão? Ou de deizão?

Dos comentários que chegam

O advogado Rodrigo Ribas Rehbein enviou duas mensagens à coluna, sugerindo que o assunto 'calçadas de Guarapuava adaptadas a cadeirantes e portadores de deficiência visual' seja trazido à tona, uma proposta bastante interessante. Mais: corretamente, ele aponta que uma cidade é também fruto do que são os seus moradores. Como já ponderei em outros momentos, conheço um volume razoável de pessoas há muito instaladas em Guarapuava que pouco fazem pela cidade, simplesmente achando (e é um mero especular, mesmo) que só o que está na capital é bom. Por fim, Rodrigo Ribas Rehbein sustenta que, ao aventar a possibilidade de que Luiz Fernando Ribas Carli Filho lê esta coluna, posso estar incorrendo em algo equivocado, leviano (na expressão usada pelo advogado). Rodrigo mais uma vez acerta: aventei a possibilidade. Simples assim.
Mas gostei das ponderações do advogado. Estimulam a reflexão, diferentemente de algumas outras mensagens que tenho recebido, as quais tentam apenas colar a minha atuação profissional com a condição de morador de Guarapuava que escreve sobre a cidade. São situações distintas, algo que qualquer pessoa com bom discernimento reconhece. Pobres em argumentos, tais leitores anônimos recorrem a argumentos pobres, claro, que é o que lhes resta.

10 de abr. de 2011

Dois comentários interessantes

A Circulando recebeu duas postagens de um advogado atuante em Curitiba, Rodrigo Ribas Rehbein. São ponderações interessantes, mas com mensagens subliminares curiosas. Antes de acabar a terça (12) – dia da semana em que costumo publicar uma nova edição da coluna -, responderei publicamente as mensagens, aqui no blog.

7 de abr. de 2011

As gafes da vereadora e do secretário

Essa é para quem acredita que fico pegando no pé dos Carli e sua turma: não preciso fazer isso. Eles se afundam, cada vez mais, sozinhos. A sessão de ontem (6) na Câmara de Vereadores de Guarapuava foi mais uma demonstração disso: o prefeito não foi, não mandou uma explicação razoável para a ausência nem uma justificativa qualquer, daquelas para inglês ver. Mandou Mauro Cláudio Temoschko, secretário municipal de Indústria e Comércio. Neste instante, a coisa começou a desandar: encarregada de acompanhar Temoschko ao plenário da Câmara, a vereadora Maria José puxou o cordão de palmas ao secretário tão logo entrou no recinto, com receio de que não ocorressem os púlpitos em favor do representante do Executivo. Não foram poucos os que notaram a ânsia da vereadora em puxar logo as palmas, poucas, aliás.
Minutos depois, o secretário ocupou a tribuna para reconhecer a trajetória das pessoas que haviam sido escolhidas pelo Parlamento para receber homenagem naquela noite. Levou até uma colinha para lembrar de todos os nomes. Fez o discursou e se recolheu à sua cadeira mas eis que, minutos depois, pediu a palavra de novo e reconheceu a gafe que havia acabado de protagonizar: esquecera de citar e elogiar uma das pessoas homenageadas, sentada bem à sua frente.
Sem graça, Temoschko pediu desculpas e fez o discurso complementar da humildade, reconhecendo seu erro. Resta saber se, pela televisão, em casa, o prefeito viu a bola fora de seu comandado e, de quebra, aprendeu um pouquinho sobre a simplicidade, já que pedir desculpas (como corretamente fez o secretário) não é uma virtude que ele aparenta ter.

6 de abr. de 2011

As razões da minha escrita

Dias atrás, resolvi ir a pé com meu filho a um supermercado perto da nossa casa. Coisa de três quadras, 20 casas para cruzar em frente. E não é que, em mais da metade das residências, não havia calçamento? Resultado: fomos a pé, em boa parte do trajeto, pelas ruas. Como moramos em um bairro bem visto na cidade, a questão não é econômica, senão que cultural, digamos. Os moradores não fazem questão, a Prefeitura não fiscaliza e fica por isso mesmo.
Ao menos no nosso caso, esta é uma situação eventual, pois temos carros e boa parte dos nossos deslocamentos são feitos em automóveis Mas, sinceramente, adoraria caminhar com meu filho pelas calçadas da área onde moramos, sem ter de recorrer às ruas. Ou aos veículos. Duas casas abaixo da nossa, entretanto, mora uma família que não tem carro. Ali, habitam duas crianças – de cinco ou seis anos cada. E, todas as tardes, o menino e a menina dependem das ruas em boa parte de seus deslocamentos até a escola.
Mais do que para meu filho, talvez eu escreva a coluna Circulando em favor destas duas crianças vizinhas. Talvez as minhas parcas reflexões tornadas públicas possam servir de alertas, ainda que mínimos, sobre a cidade que estamos legando aos nossos filhos. Ou aos filhos dos outros. E sobre o quão importante é pensarmos se não estamos sendo coniventes com as barbaridades que, cada dia mais, proliferam pela cidade, sem que façamos algo para combater isso. E sobre o quão omissos somos quando o Poder Executivo Municipal faz propaganda enganosa em muitas situações, como estas dezenas de placas pela zona urbana há meses indicando obras que nunca começam.
Meu filho, Gabriel, não é um alienado. Tanto quanto é possível para uma criança de 4,5 anos, ele tem algumas pequenas obrigações, como realizar sua tarefa escolar sempre com tempo. Quando seus pais fazem alguma atividade voluntária, ele vai junto – desde que não seja em horário de sua aula. Dias atrás, ele participou de uma campanha de educação para o trânsito. E este é só um exemplo, em que é fácil comentar a ele qual é a importância de uma ação assim. Um tanto difícil foi responder a pergunta dele, quando da ida ao supermercado, das razões da inexistência de boa parte das calçadas. Mais do que nunca, naquele instante percebi que, mesmo bastante insignificante, minha coluna pode sim servir como sinal amarelo sobre a condição de Guarapuava, a cidade que escolhemos para viver e lugar onde meu filho deverá passar uma parte significativa de sua vida – talvez a mais relevante, a infância.
E, por falar em insignificância, parece que Fernando Carli Filho, o Mintendi, continua a ler a Circulando. Escondido sob o manto do anonimato, um leitor da coluna enviou mensagem nesta terça (5) dizendo que tenho uma 'quantidade aviltante de seguidores. Dez (10'). Em seguida, escreveu 'Já avaliou sua real expressão? Encontrou a própria insignificância? E agora, entendeu?'. Pode até não ser Fernando Carli Filho, o Mintendi, o autor de tal mensagem, mas que parece, parece, dado o estilo pitoresco.
Há mais: pois não é que este leitor errou – e duas vezes? Não são 10 mas 16 – 12 no Google Friend e 4 no Twitter. Segundo, tenho é bastante satisfação de ter 16 seguidores, já que encontraram na Circulando ideias que provocaram reflexão. Meus 16 seguidores compõem uma audiência qualificada, assim como quase todas as 467 pessoas que acessaram o blog nas últimas 24 horas.
Digo quase todas pois, claro, sempre há exceções. Como disse, suspeito que Fernando Carli Filho seja meu leitor, enquadrando-se nas exceções quanto à audiência de qualidade. Outra exceção parece ser um leitor (igualmente anônimo) que, em vez de escrever 'hein' digitou 'emm', fora outros erros gramaticais toscos demais, o que, ao menos neste caso, parece indicar bem o baixo nível de seu raciocínio.
Como disse, escrevo também para a audiência qualificada que pareço ter. Em pouco mais de um ano de Circulando, com 32 textos publicados, são mais de 50 mil acessos. Ainda assim, talvez seja pouco. Mas talvez seja o suficiente para provocar mudanças de comportamento em muitas pessoas ao menos no bairro onde moramos, de modo que eu, meu filho, as duas crianças vizinhas e todos aqueles que circulam a pé por aqui possam, com o tempo, ter um passeio público continuo ao longo de três meras quadras, como um simbolo de uma cidade mais estruturada e governada por pessoas que, de fato, se preocupam com a coletividade – e não por gentes que, em pleno 2011, se comportam como Lampião e seus cangaceiros Moeda e Colchete. Mintendi?

5 de abr. de 2011

Novo texto no blog entra no ar no final desta noite

Antes de acabar esta noite (terça), entra no ar o texto semanal de Circulando, com novo assunto e repercutindo o tema da semana passada.

2 de abr. de 2011

Cosme Stirmer, o ameaçador

Na falta de algo útil para fazer, Cosme Stirmer voltou a me mandar recados ameaçadores, dizendo que devo parar de escrever no blog ou em qualquer outro lugar. Cosme, para quem não sabe ou não lembra, é um obscuro assessor da família Carli e que foi alvo de uma reportagem nada abonadora no ano passado, por parte do Fantástico, em um caso envolvendo Fernando Carli Filho, o Mintendi. O interessante é que Cosme nunca mandou dizer que eu estava ou estou errado nas informações ou comentários que publico. O que não pode, na visão do sujeito, é escrever sobre as mazelas da Prefeitura, sobre o quão maltratada anda a cidade ou acerca das barbaridades que os Carli perpetram pela cidade. Antes de Cosme Stirmer, também dublê de motorista, Joelma Baitel (da Comunicação da Prefeitura) já havia se prestado ao papel de garota de recados.
E, por falar nos Carli, o prefeito chegou a um conhecido restaurante no meio-dia de ontem (sexta), para almoçar. Na porta, resolveu fazer uma graça com duas crianças (irmãos) que estavam à entrada. Como as crianças não quiseram conversa, o prefeito ficou ainda mais carrancudo e resolveu ir almoçar, quietinho, em mais uma cena que espelha sua franca decadência. Bernardo Carli, irmão do Mintendi, estava junto no restaurante e, possivelmente também, Cosme Stirmer, o ameaçador. Ninguém merece estar sossegadamente fazendo sua refeição e ter o desprazer de ver um trio desses sentar ao seu lado. Se isso acontecer, o risco de você ter congestão alimentar naquele momento é alto.

1 de abr. de 2011

O sargento Garcia e a Tiazinha

Leitora do blog, Alice Baroni (de Brisbane, Austrália) mandou um primor de e-mail à coluna:

'... rs rs... o seu texto fez-me lembrar de uma aula sobre teoria da significação com o aclamado professor e antropólogo _________, (do Rio de Janeiro). As suas aulas, no mestrado, tinham a duração exata de três horas. Sim, ele falava, ininterruptamente, por 180 minutos. Assuntos da máxima importância, questões antigas, que atravessam, pelo menos, 2500 anos de história do pensamento. Tabu, incesto e morte. Os alunos puquianos nem ousavam lastimar suas incompreensões ou mesmo emitir idiossincráticos comentários. Silêncio total. O simples pulsar da voz do professor fazia trepitar corações desavisados. Pois bem, lá estava eu naquele ambiente seríssimo escutando o caro professor e sua nobre teoria. De repente, não mais que de repente, o interrompi com uma explanação à altura.

- Professor, a sua teoria fez-me lembrar da piada da Tiazinha. Nesse momento, a turma tomada de pavor olhou para mim com admiração e fúria. _A piada da Tiazinha? _Sim, professor, a piada da Tiazinha. Veja se concorda comigo. Havia uma mulher há muito insatisfeita com o casamento de longa data. Sem saber o que fazer para reavivar o fervor dos tempos dourados, decidiu vestir-se como a ‘Tiazinha’ e ficou lá ansiosa esperando o marido voltar do trabalho. Mal ele abriu a porta e ela surgiu triunfante: como estou? _Bom, da cabeça para cima, parece a Tiazinha. Do pescoço para baixo, o sargento Garcia! Concluindo, recebi em sua disciplina a nota mais baixa de todo o meu curso de mestrado. Pelo jeito, ele não compreendeu o valor subliminar e essencial do sargento Garcia.

Quanto ao cavalo... ah, Márcio, registre-o fotograficamente e envie-o para mim. Talvez o glorioso Rocinante de Don Quijote tenha sofrido crises de identidade durante os últimos momentos de vida de Toulouse-Lautrec na clínica psiquiátrica.
Obrigada! pelo texto. Foi capaz de aliviar o meu estressado estado de sítio mental... rs rs

29 de mar. de 2011

Guarapuava tem dois sargentos Garcia

Preguiçoso, o sargento Garcia entrou para a história da TV e do Cinema como um fanfarrão. Não sem razão, já que era de uma incompetência notória. Nos últimos dias, uma declaração infeliz do procurador geral da Prefeitura de Guarapuava, Luciano Batista, me fez lembrar do sargento Garcia, aquele que sempre tentava, atrapalhadamente, prender o Zorro.
Pois o procurador, acerca da segunda tentativa de efetuar um concurso publico, andou dizendo à Imprensa local que, diante das suspeitas de novas irregularidades no concurso, ira falar com o promotor publico e perguntar a ele quais são as ilegalidades, para que seja possível equacioná-las. Em uma frase só, Batista admitiu duas inoperâncias suas, da sua unidade administrativa e de seu chefe imediato, o prefeito Fernando Carli.
A primeira delas é que o procurador se mostra preguiçoso, pois precisa recorrer ao promotor para descobrir quais são, na sua seara (a Prefeitura), os galhos podres. De quebra, admitiu que o concurso tem irregularidades e que as poderia ter resolvido antes – e não o fez.
O que sobre é algo mais ou menos assim: o problema, na visão do procurador Batista, não é ter irregularidades. O problema é o promotor (que cumpre sua função) apontá-las. Este brilhante raciocínio do procurador já havia sido utilizado por um diretor da Surg (a companhia viária da cidade), quando da instalação daquele histriônico monumento ao cavalo do tenente Diogo de Azevedo Portugal, na avenida Manoel Ribas. Questionado sobre a situação de perigo que o tapume em torno da obra (em andamento à época) estava causando aos motoristas, tal diretor saiu com essa: o tapume não é o caso, mas sim a falta de atenção dos motoristas. Mais elementar do que isso, impossível. Tontos, na visão do sujeito da Surg, eram os motoristas. É, o páreo é duro: quem é o sargento Garcia de Guarapuava? O procurador ou o diretor da Surg?
E, por falar no cavalo do tenente, dia desses me ocorreu que a obra parece ter sido inspirada em algum quadro de Henri de Toulouse-Lautrec, um pintor francês do seculo 19 desvairado que adorava desenhar figuras com corpos desproporcionais.
Só que Lautrec era um gênio, enquanto que quem criou o cavalo (e pôs o tenente a contragosto, de tão pequeno que foi esculpido) parece ser um mero vassalo do prefeito de Guarapuava, que deve se acabar de tanto prazer paranoico toda vez que cruza em frente à mais simbólica das obras de sua administração, ficando frustrado somente por não ter conseguido ainda subir no cavalo e (carrancudo e sob aplauso de dois ou três asseclas) gritado 'touché!', enquanto seu filho mais novo tenta desesperadamente acender um rojão para comemorar mais um gesto doidivanas do chefe dos sargentos Garcia.

22 de mar. de 2011

Rondó do Cavalão

Jornalista (dos bons) e professor (além de leitor de Circulando), Rogério Camargo, ao se deparar com o texto desta semana da coluna, enviou um poema seu, bastante apropriado para o assunto em questão. Chama-se Rondó do Cavalão:


O cavalão lá parado
E as mulas aqui correndo...


Tua beleza de Pérola
Aos poucos esmaecendo.


O cavalão lá parado
E os burros trabalhando...
O sol tão claro lá fora,
E em minha alma - geando!


O cavalão lá parado
E os asnos aqui orneando...
A estrela em Belém caindo
E as gentes todas olhando...


O cavalão lá parado
E a jumentada passando...
Há tanta flor nos canteiros
E as casas desmanchando...


O cavalão lá parado
E o potril festejando
Os borregos no buraco,
E os jericos definhando...
O sol tão claro lá fora
O sol tão claro, meu Deus,
E em minha alma - geando!

E o comércio, ó...

Andei recolhendo alguns comentários e informações de conhecidos sobre o comércio de Guarapuava e fiquei apavorado com o que ouvi. Algo mais ou menos assim: uma conhecida metalúrgica da cidade, cujo nome é o mesmo de um dos bairros mais elegantes do município, instalou um portão em uma residência no bairro Santa Cruz. A fechadura da peça deu problema e, quatro meses depois da colocação do portão, o proprietário da metalúrgica ainda não voltou ao local para fazer o conserto. Ainda que tenha recebido pagamento há quatro meses!
Em outra situação, também no Santa Cruz, uma empresa de jardinagem obteve pagamento integral para colocar grama em uma casa, na área da calçada do imóvel. Três meses depois, o serviço permanece incompleto. No centro da cidade, no primeiro semestre do ano passado, um corretor de uma conhecida imobiliária fez a avaliação informal de uma residência mas, antes mesmo de informar ao proprietário quanto ele acreditava que valia o prédio, apareceu no local com um comprador em potencial, sem ao menos saber se o proprietário concordava com a tal avaliação monetária.
Alguns amigos que vem de fora também se espantam com uma explicação um tanto recorrente em determinados segmentos do comércio toda vez que ligam para fazer um orçamento: ' agora tá meio apurandinho, sabe?'. Conheço um sujeito do Trianon que ligou para uma empresa de assistência técnica a aparelhos de ar condicionado no começo de fevereiro deste ano. O proprietário atendeu e disse que somente seria possível ir ao local para checar o aparelho e fornecer orçamento depois de 21 de fevereiro. As partes agendaram, então, para o tal 21 de fevereiro, pela manhã. Quando escrevo estas linhas, no final da noite de uma segunda-feira, 21 de março de 2011, o morador do Trianon ainda aguarda a visita.
É claro que estou contando apenas alguns episódios mas parece-me que são bastante sintomáticos Há empresas serias e eficientes no comércio guarapuavano. De vidraçarias a revendedores de bicicletas, passando por lojas de persianas, por exemplo, dentre outros casos. Mas tenho a impressão de que elas são exceção. Uma conhecida rede de supermercados na cidade insiste em divulgar um produto como sendo uma determinada marca de azeite de oliva quando, na real, é óleo feito com polpa de azeitona, conforme descrito na própria embalagem do produto. Enquanto 'engambelar' for uma palavra da moda no comércio de Guarapuava, o capim continuará sendo nosso, como bem dizia Paulo Francis...

E o Mintendi?

Alguém sabe onde anda o Mintendi? E o irmão do Mintendi, aquele do 'confiança no futuro'?

17 de mar. de 2011

O primeiro dia do blog do Circulando

O blog encerra seu primeiro dia no ar (17 de julho de 2011) com quase 100 acessos, boa parte deles originados a partir do link na Rede Sul. O Twitter colaborou bastante igualmente. Teve inclusive acesso a partir da Oceania e Estados Unidos.

Quer uma foto ao lado do prefeito?

Ganha um sorvete seco com um apito de brinde quem acertar onde deverá estar o prefeito de Guarapuava no próximo sábado à noite, dia 19. Sim, é altamente provável que ele esteja no ginásio Joaquim Prestes, acompanhando a luta entre Célio Rodrigues e o português Fernando Zenga. É claro que o chefe do Executivo local pode fazer o que bem entende aos sábados à noite. O curioso da história é o site da Prefeitura de Guarapuava dar mais destaque ao combate do que à nova meta de mandar limpar os terrenos baldios da cidade.
No final da noite de quarta, 16 de março de 2011, quando escrevo estas linhas, o site municipal dedicava um punhadinho de linhas ao assunto dos terrenos, além de uma curiosa foto (minúscula) que insinua que, em vez ajudar na organização de determinado terreno, o caminho esta é sujando o local. Basta ver http://www.guarapuava.pr.gov.br/noticia.php?idNoticia=7700.
Ao mesmo tempo, a disputa entre Célio e Fernando ocupa destaque na homepage, com uma megafoto do lutador guarapuavano. O tamanho desta imagem dá bem a dimensão do que, para Fernando Ribas Carli, é ou não é prioridade na gestão da cidade. Não faz muito, Carli recebeu o jogador de futebol Cléo (atua na Sérvia ou algo assim) em seu gabinete e mandou clicar seu sorriso ao lado do atleta. Fico a pensar que, se um morador comum de Guarapuava for à sede da Prefeitura tentar falar com Carli sobre determinado problema da zona urbana (ou rural), é bem provável que encontre a porta fechada. Mas, se for para bater uma chapa do lado do sujeito, talvez role o encontro.
Enquanto isso, no mundo real, o link sobre os buracos de Guarapuava (http://maps.google.com/maps/ms?source=s_q&hl=en&geocode=&aq=&ie=UTF8&hq=&hnear=Guarapuava+-+Paran%C3%A1,+Brazil&msa=0&msid=208673235890319341963.00049d115654617157140&ll=-25.409012,-51.467557&spn=0.012521,0.01929&t=h&z=16) já bateu na casa das 7 mil visualizações. Uma das postagens mais originais relembra que a plaquinha dizendo que a Saldanha Marinho será revitalizada está amarelando e que a tal plaquinha está situada distante uma quadra da casa de Fernando da Maçã, o pitoresco diretor da Surg, que cuida (sic) da pavimentação urbana. Das duas, uma: ou o sujeito só anda de carro oficial (que, se cair numa panela, não terá o conserto pago por ele) ou Carli acha que nem o diretor da Surg merece o asfalto lisinho que só a rua da casa do prefeito tem.

16 de mar. de 2011

Guarapuava natalina, será que os argentinos têm razão?

(Publicado originariamente no segundo semestre de 2010)

Saí a caminhar pela noite da cidade, às vésperas do Natal. Um frenesi noturno, com as pessoas carregadas de sacolas, abraçando-se, rindo de sua própria condição de bem-estar com a vida ou algo assim. Cheguei a me perguntar se não teriam razão os argentinos, que em diversos lugares (sobretudo no interior) ainda mantêm o hábito de fechar o comércio durante boa parte da tarde, abrindo à noite por mais horas em consequência. Guarapuava me pareceu bastante alegre na noite. Espírito natalino, dirão alguns. Talvez, mas o fato é que a cidade estava mais bonita nesta noite.
Pois eu caminhava sossegadamente quando ouvi o som de uma banda não muito longe: na esquina das ruas XV e Saldanha Marinho, a Bandinha de Noéis da Prefeitura alegava um tanto mais um punhado de gente. Excetuando-se pelo rebolado indecente do papai Noel (um dos 20 integrantes do grupo), a qualidade da apresentação era ótima. Em certa altura, a regente da Bandinha desatou a falar, como se uma cerimonialista fosse, apresentando cada integrante e relatando sobre o projeto. Pois quando ela desatou a falar, desandou – não havia um microfone ali para a moça poder se fazer ouvir o suficiente. Ah, este clima natalino que deixa as pessoas eufóricas, a pé ou de carro, provocando intenso barulho enquanto a regente fala!
Naquele instante, senti falta do prefeito de Guarapuava, o mais novo expert em cerimoniais da região. Estivesse por ali o sujeito, mandaria colocar um microfone para a moça – e para ele, claro. Lamentavelmente, o prefeito não se fazia presente, assim como seu assistente de palco Bernardo, sobre o qual me contaram dia desses, que, em um dos recentes jogos das finais da Série Ouro do futsal do PR no ginásio Joaquim Prestes, aboletou-se em uma das cabines de Imprensa, com alguns parceiros, ocupando espaço de profissionais que estavam para trabalhar.
Bem, percebida a falta do prefeito, fiquei a prestar atenção naqueles que ali observavam o espetáculo. Giro o rosto à minha esquerda e vejo dois policiais militares. Momento seguinte e uma senhora chega com duas crianças (a maior devia ter oito, nove anos) e, brava e gritando, ela diz 'vocês fiquem aqui, não saiam daqui'. Em seguida, a mulher (avó das meninas?) se vira e, com duas amigas/parentes, entra em uma loja próxima dali – presentes natalinos devem ter ido adquirir. Os PMs, estupefatos, olham as crianças ali largadas, enquanto as três senhoras (no melhor estilo cajazeiras) se refestelam na loja.
Salvo melhor juízo, as duas crianças pertencem a uma conhecida família do ramo hoteleiro de Guarapuava, com estabelecimento na mesma rua XV. E não é que a apresentação da Bandinha acaba e nem sinal das senhoras cajazeiras? Um dos policiais decide levar as garotas até o interior da loja, onde continuam as três. Normalidade retomada, o PM retorna à viatura e o tempo segue.
De minha parte, resolvo atravessar a rua e continuar meu passeio. Noto que, na faixa de segurança, carros com placa de Guarapuava não dão preferência aos pedestres. Uma família – pai, mãe e filha provavelmente – se aproxima da lateral da via e aguarda. Um motorista em uma Scenic azul (placa azul) cede a vez à família. Olho bem e vejo que, dentro do veículo, também há uma criança, de colo. Fico ali mais um pouquinho e chega um garoto educado – a bordo de uma Pajero preta, ele também para na faixa de segurança e permite a travessia dos pedestres. Na placa do automóvel, leio 'Pato Branco'.
É, Cazuza tinha mesmo razão. Bobeira é não viver a realidade.

Desça do cavalo de pau, prefeito

(Publicado originariamente no segundo semestre de 2010)

Em vez de ficar mandando ridículos recadinhos ameaçadores, o prefeito de Guarapuava deveria é descer do seu cavalo de pau imaginário e começar a governar direito a cidade. Fernando Ribas Carli, o decadente prefeito de Guarapuava, bem que poderia começar por:

    • Acompanhar a equipe de garis que recolhe diariamente os detritos da cidade, auxiliando-os diretamente em seus serviços. Estes, sim, dignificam o Poder Público local, com sua eficiência em qualquer tempo e a qualquer horário;
    • Desmontar aquele ridículo monumento de Azevedo Portugal e seu cavalo deformado, que tanta zombaria tem provocado Brasil afora sobre Guarapuava. Neste caso, recomendo ao prefeito que vá conhecer Salta, na Argentina, onde a preservação da memória coletiva é feita com a devida seriedade (vide foto ao lado);
    • Passar a responder os e-mails enviados para o prefeito@guarapuava.pr.gov.br. Enviei duas mensagens e até hoje as contestações não vieram. A primeira que remeti é de fevereiro deste ano;
    • Não inaugurar duas vezes uma mesma obra, como bem retratou esta Rede Sul de Notícias (RSN) por estes dias, referindo-se ao Aquacentro;
    • Construir as creches que estão previstas desde 2006, igualmente conforme noticiado há pouco pela RSN;
    • Asfaltar diversas ruas em vários bairros da cidade, em vez de recapear somente as do Centro;
    • Conhecer a gestão de cidades como Nova Petrópolis (RS), Jaraguá do Sul (SC) e Toledo (PR), lugares onde a Prefeitura dá a devida conta do recado;
    • Ordenar que alguns secretários e assessores municipais trabalhem sempre, cumprindo suas funções técnicas, em vez de circularem pela cidade no melhor estilo 'maria-vai-com-as-outras';

Há mais, claro, que poderia ser sugerido ao chefe do Executivo local. Mas creio que estas tarefas já estão de bom tamanho, para começo de conversa. Mintendi, caro prefeito? Ou quer que eu desenhe?

Um fiasco, um chapéu alheio e uma frase sábia

(Publicado originariamente no segundo semestre de 2010)

Dois leitores da coluna enviaram informações interessantes nos últimos dias. Não sei se verdadeiras, mas que cabem reprodução aqui, dado o peculiar momento em que vive Guarapuava: o primeiro deles disse-me que, dias atrás, um certo candidato a deputado estadual (irmão, aliás, de um ex-deputado estadual com base eleitoral em Guarapuava e que renunciou ao mandato no ano passado) esteve no distrito da Palmeirinha, para fazer um discurso à noite. Montado o palco, notou-se que a plateia não ultrapassava a marca de 10 pessoas, cabos eleitorais não contabilizados, claro. Um fiasco, em suma.
O outro leitor apontou que, domingo desses, o prefeito de Guarapuava subiu em um palanque na região que divide os bairros Bonsucesso e Conradinho e prometeu asfalto em várias ruas daquele pedaço da cidade. Detalhe: o palanque em questão havia sido estruturado para um comício do mesmo candidato, filho do prefeito, aliás. Sim, ao que tudo indica, o candidato estava fazendo festa com o chapéu alheio, já que, até onde se sabe, o mesmo não exerce cargo público na Prefeitura.
E por falar em cargo público, lembrei do seguinte. Não faz muito e o Diário de Guarapuava publicou uma série de entrevistas com concorrentes a deputado estadual e a federal que tenham base no município. Apenas um candidato não quis conceder entrevista. Adivinhe quem? Sim, o filho do prefeito, alegando problemas na agenda. Fiquei a pensar por quais razões um sujeito que quer exercer um mandato público não quis falar com o Diário, em uma excelente oportunidade de finalmente contar a todos quais propostas públicas têm a apresentar. A explicação provável é que o referido candidato não deve ter proposta séria alguma. Ou mesmo proposta de qualquer natureza, exceto a de se beneficiar e a contemplar politicamente seus apoiadores mais diretos.
Tornar deputado um sujeito assim pode ser a confirmação de que boa parte da sociedade quer apenas é pão e circo. Certa vez, quando criança, vi um muro pichado com a frase 'cada povo tem o governo que merece'. É impressionante quanta sabedoria comporta uma única frase. E é impressionante quanta engambelação pode conter um slogan eleitoral como 'confiança no futuro'. Mintendi?