26 de abr. de 2011

Em Guarapuava, cultura, buracos e garis

Em uma cidade do porte de Guarapuava, duas figuras são centrais para os destinos do lugar: o juiz e o prefeito. O juiz está fazendo seu papel. Já o prefeito... Talvez por isso – por se tratar de um personagem central -, o papel do prefeito seja tão debatido por este coluna e seus leitores.
Vejamos: o Diário de Guarapuava do final de semana passado publicou matéria sobre a situação da estrada de acesso a Salto São Francisco. No texto, o jornal transcreve o que seria parte de um documento produzido pela Secretaria de Turismo municipal, admitindo que a estrada é ruim, a sinalização precária e, não fosse isso o suficiente, as informações turístico-indicativas no Salto praticamente ausentes. Em outras palavras, a Prefeitura não consegue (por incompetência, possivelmente) ou não quer (por considerar isso supérfluo) nem ao menos manter a sinalização em condições adequadas. O Diário diz ainda que 5 mil pessoas passam pelo local a cada ano, o que não é pouco.
Visto deste modo, além de atestar publicamente sua incompetência ou desleixo para com o assunto, o prefeito de Guarapuava passa a mensagem de que a Secretaria de Turismo nem precisaria existir (já que não cuida de um atrativo importante da região), em uma atitude similar à da Surg (que não pavimenta áreas de grande fluxo na cidade). Há mais: a estrada de acesso ao Salto é só um dos casos. Vale não esquecer da Saldanha Marinho, de boa parte da rua XV (que serve de via de entrada secundária a Guarapuava) e a avenida Serafim Ribas (em direção à PR 170), só para citar três. Para o prefeito da cidade, todos os usuários destas vias são pessoas que devem ser relegadas a segundo plano.
Há quem defenda, claro, que a estratégia municipal de esburacar a cidade está correta. Por estes dias, ganha força em Guarapuava um movimento para construir um grande centro cultural, que abrigaria um teatro capaz de acomodar cerca de 1 mil pessoas com tranquilidade. Já há quem aposte que o prefeito pode até aderir ao projeto, autorizando um terreno para o empreendimento, desde que em uma rua esburacada. A Prefeitura Municipal de Guarapuava, cabe recordar, não possui uma Secretaria de Cultura, o que também da uma dimensão de como a área é tratada pelo alcaide municipal.
Bom, uma política cultural pode até ser algo de dimensão menor, o que justificaria (para uns poucos asseclas) doar um terreno em uma via esburacada. Mas, temos de refletir (e, quem sabe, concordar), que os garis que todas os dias cruzam as ruas da cidade merecem um tratamento mais digno do senhor prefeito, aquele sujeito que, noite após noite, fica em sua casa situada em uma viela bem pavimentada do centro, enquanto os mesmos garis se arriscam pelas ruas, sob o frio, a chuva e as panelas do asfalto.
É, há quem aposte também que, no frio, com chuva e tendo de desviar dos buracos, o prefeito não aguentaria nem um par de horas auxiliando diretamente os garis, em vez de esnobá-los, com sua estratégia de consolidar uma Guarapuava lotada de buracos. Para os asseclas que não acreditam que está em curso a política do 'quanto mais buracos, melhor', recomendo ver o genial link http://maps.google.com.br/maps/ms?ie=UTF8&t=h&oe=UTF8&msa=0&msid=208673235890319341963.00049d115654617157140. Difícil será encontrar argumentos para desmentir o que o link atesta, exceto para os poucos asseclas, sempre eles.

Um comentário:

  1. Mas vou te contar, hein: moro na rua Cônego Braga (muitas árvores) e, com conhecimento de causa, não posso concordar com a produtividade dos varredores. Eles apenas "passeam" com seus carrinhos e vassouras. Um dia após o outro, e NUNCA (em nenhum dia do ano)está limpa a rua!

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