1 de abr. de 2011

O sargento Garcia e a Tiazinha

Leitora do blog, Alice Baroni (de Brisbane, Austrália) mandou um primor de e-mail à coluna:

'... rs rs... o seu texto fez-me lembrar de uma aula sobre teoria da significação com o aclamado professor e antropólogo _________, (do Rio de Janeiro). As suas aulas, no mestrado, tinham a duração exata de três horas. Sim, ele falava, ininterruptamente, por 180 minutos. Assuntos da máxima importância, questões antigas, que atravessam, pelo menos, 2500 anos de história do pensamento. Tabu, incesto e morte. Os alunos puquianos nem ousavam lastimar suas incompreensões ou mesmo emitir idiossincráticos comentários. Silêncio total. O simples pulsar da voz do professor fazia trepitar corações desavisados. Pois bem, lá estava eu naquele ambiente seríssimo escutando o caro professor e sua nobre teoria. De repente, não mais que de repente, o interrompi com uma explanação à altura.

- Professor, a sua teoria fez-me lembrar da piada da Tiazinha. Nesse momento, a turma tomada de pavor olhou para mim com admiração e fúria. _A piada da Tiazinha? _Sim, professor, a piada da Tiazinha. Veja se concorda comigo. Havia uma mulher há muito insatisfeita com o casamento de longa data. Sem saber o que fazer para reavivar o fervor dos tempos dourados, decidiu vestir-se como a ‘Tiazinha’ e ficou lá ansiosa esperando o marido voltar do trabalho. Mal ele abriu a porta e ela surgiu triunfante: como estou? _Bom, da cabeça para cima, parece a Tiazinha. Do pescoço para baixo, o sargento Garcia! Concluindo, recebi em sua disciplina a nota mais baixa de todo o meu curso de mestrado. Pelo jeito, ele não compreendeu o valor subliminar e essencial do sargento Garcia.

Quanto ao cavalo... ah, Márcio, registre-o fotograficamente e envie-o para mim. Talvez o glorioso Rocinante de Don Quijote tenha sofrido crises de identidade durante os últimos momentos de vida de Toulouse-Lautrec na clínica psiquiátrica.
Obrigada! pelo texto. Foi capaz de aliviar o meu estressado estado de sítio mental... rs rs

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