22 de mar. de 2011

E o comércio, ó...

Andei recolhendo alguns comentários e informações de conhecidos sobre o comércio de Guarapuava e fiquei apavorado com o que ouvi. Algo mais ou menos assim: uma conhecida metalúrgica da cidade, cujo nome é o mesmo de um dos bairros mais elegantes do município, instalou um portão em uma residência no bairro Santa Cruz. A fechadura da peça deu problema e, quatro meses depois da colocação do portão, o proprietário da metalúrgica ainda não voltou ao local para fazer o conserto. Ainda que tenha recebido pagamento há quatro meses!
Em outra situação, também no Santa Cruz, uma empresa de jardinagem obteve pagamento integral para colocar grama em uma casa, na área da calçada do imóvel. Três meses depois, o serviço permanece incompleto. No centro da cidade, no primeiro semestre do ano passado, um corretor de uma conhecida imobiliária fez a avaliação informal de uma residência mas, antes mesmo de informar ao proprietário quanto ele acreditava que valia o prédio, apareceu no local com um comprador em potencial, sem ao menos saber se o proprietário concordava com a tal avaliação monetária.
Alguns amigos que vem de fora também se espantam com uma explicação um tanto recorrente em determinados segmentos do comércio toda vez que ligam para fazer um orçamento: ' agora tá meio apurandinho, sabe?'. Conheço um sujeito do Trianon que ligou para uma empresa de assistência técnica a aparelhos de ar condicionado no começo de fevereiro deste ano. O proprietário atendeu e disse que somente seria possível ir ao local para checar o aparelho e fornecer orçamento depois de 21 de fevereiro. As partes agendaram, então, para o tal 21 de fevereiro, pela manhã. Quando escrevo estas linhas, no final da noite de uma segunda-feira, 21 de março de 2011, o morador do Trianon ainda aguarda a visita.
É claro que estou contando apenas alguns episódios mas parece-me que são bastante sintomáticos Há empresas serias e eficientes no comércio guarapuavano. De vidraçarias a revendedores de bicicletas, passando por lojas de persianas, por exemplo, dentre outros casos. Mas tenho a impressão de que elas são exceção. Uma conhecida rede de supermercados na cidade insiste em divulgar um produto como sendo uma determinada marca de azeite de oliva quando, na real, é óleo feito com polpa de azeitona, conforme descrito na própria embalagem do produto. Enquanto 'engambelar' for uma palavra da moda no comércio de Guarapuava, o capim continuará sendo nosso, como bem dizia Paulo Francis...

3 comentários:

  1. Marcio, muito bom vc propor essas reflexões sobre Guarapuava. Serve - ao menos deveria servir - como alerta ao poder público e também como um cutucão à sociedade, que insiste numa cultura tradicionalista e muitas vezes acomodada demais.
    Também achei bom a coluna não estar vinculada ao jornal.

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  2. Quanto ao portão, tambem tenho uma historia, aguardo desde o dia 20 de novembro a referida metalurgica vir medir para fazer o portão da minha casa.

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  3. E nas assistencias tecnicas de informatica, que voce é enganado a toda hora por desconhecer a fundo os problemas, acaba pagando e não levando.

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